Engolir sapos é uma questão de escolha
O aprendizado sistêmico está se tornando prerrogativa para a empregabilidade e o sucesso profissional. É preciso parar de cavar em um único buraco.
Uma recente pesquisa da Lens & Minarelli, empresa de outplacement e aconselhamento de carreira, realizada com mais de 300 pessoas demitidas (entre presidentes, diretores e gerentes), apontou que cerca de 67% tinham curso de pós-graduação ou o título de MBA. Este número constata que o que vale mesmo nos dias de hoje é o conhecimento e a competência, não o título.
O aprendizado sistêmico está se tornando prerrogativa para a empregabilidade e o sucesso profissional. Como tenho dito em várias oportunidades, “é preciso parar de cavar em um único buraco”. E por falar em buraco, aproveite para extrair bons aprendizados da estória a seguir.
Um dia, nasceu um sapinho que, com apenas três dias de vida, ainda ingênuo e descuidado, caiu em um buraco. O buraco para o sapinho era um paraíso: razoavelmente amplo, aquecido, com um pouco de água, escurinho e principalmente livre de perigos. Era tudo que o sapinho precisava para a sua sobrevivência!
O tempo foi passando e o sapinho transformou-se em sapo, e de sapo virou um sapão, gordo e entediado.
Num certo dia, o sapão recebe a visita inesperada de um bicho estranho.
– Quem é você?! – pergunta o sapão assustado.
– Sou um sapo como você, oras bolas.
– Você é um sapo como eu?! – exclama o habitante do buraco.
– Meu amigo, existem milhares de sapos como eu e você no mundo lá fora.
– Mundo lá fora?! Como assim?
– Pois é, meu caro… existe um mundo lá fora, e ele é maravilhoso. Existem tantas coisas magníficas, principalmente umas criaturazinhas especiais, razão maior da nossa vida de sapo: as sapinhas.
– Sapinhas?!
– Isso mesmo! Sapinhas. Com elas ficamos cantando nas lagoas, assistindo o entardecer e comendo mosquitos que voam desgovernados.
– Lagoas?! Mosquitos?!
– E tem mais, quando anoitece o céu é lindo, cheio de estrelas.
– Epa! Aí você não me pega. Eu também, todas as noites, consigo contar umas cinco ou seis estrelas.
– Pois é, esta é a grande diferença que temos; eu nem posso contar quantas estrelas existem, pois são dezenas, ou melhor, centenas de estrelas.
E assim, o sapo do mundo vai dizendo as vantagens de viver em liberdade, mas em determinado momento, para e diz:
– Por outro lado, o mundo lá fora apresenta riscos. Tem um bicho terrível que precisamos ter muito cuidado. Quando a gente menos espera, ele nos chuta como uma bola de futebol, joga sal no nosso corpo e coloca álcool em nossas costas e depois, ai, ai, ai, ateia fogo, e então a gente sai pulando, pulando. E por falar em pular, já está próximo do entardecer, então vou dar um pulinho até a lagoa.
– Pulinho?! Eu nunca pulei!.
– Pular é da nossa natureza. A propósito, você não gostaria de ir comigo?
– Pensando bem, com todos estes riscos que você me disse, acho melhor não. Prefiro ficar no meu conforto, pelo menos aqui eu conheço e sei que não vou ter surpresa. Pode ir… eu fico bem!
E o sapão continuou ali, no conforto do seu buraco…
Muitos profissionais estão como o sapão, enfurnados no seu mundinho limitado. Acomodados, lutam pela manutenção e sobrevivência, e assim não enxergam as muitas oportunidades. Mal sabem que um dia o buraco pode ruir. Aí, o profissional não estará preparado para assumir os riscos que o mundo corporativo impõe.
Manter-se na zona de conforto é o maior risco daquele que deseja obter um alto desempenho, sem dizer que, para permanecer nela, é preciso “engolir vários sapos” a cada dia.
O aprendizado sistêmico é capaz de conduzir você a um novo mundo. Um mundo de oportunidades, idéias, criatividade, entusiasmo, emoção, enfim, um mundo com vida! Neste mundo não se vive em uma única dimensão; vive-se em 3 D:
A primeira dimensão envolve o aprendizado das relações, dos valores e dos sentimentos.
A segunda dimensão considera o aprendizado do ambiente, do mercado e dos clientes.
A terceira dimensão contempla o aprendizado sobre resultados e poder de realização.
Se todas estas coisas começam a fazer sentido, então você está em evolução. Vá em frente, afinal: quem sabe, aprende!
By Silvio Bugelli
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